M ú s i c a P o p u l a r B r a s i l e i r a
(M B P)

A MPB, expressão derivada de Música Popular Brasileira, é um gênero musical brasileiro. A MPB surgiu a partir de 1966, com a segunda geração da bossa nova.[1] Na
prática, a sigla MPB anunciou uma fusão de dois movimentos musicais até
então divergentes, a bossa nova e o engajameno folclórico dos Centros Populares de Cultura da União Nacional dos Estudantes,
os primeiros defendendo a sofisticação musical e os segundos, a
fidelidade à música de raiz brasileira. Seus propósitos se misturaram e
com o golpe de 1964, os dois movimentos se tornaram uma frente ampla cultural contra o regime militar, adotando a sigla MPB na sua bandeira de luta.
Assim como a bossa nova, a MPB foi uma tentativa de produzir uma música
brasileira "nacional" que a partir de estilos tradicionais. A MPB teve
um impacto considerável na década de 1960, em grande parte graças a vários festivais de música na televisão.
História

O termo "música popular brasileira" já era utilizado no início do século XX, sem entretanto definir um movimento ou grupo de artistas.[2][1]No ano de 1945, o livro "Música popular brasileira", de Oneyda Alvarenga, relaciona o termo a manifestações populares, como o bumba-meu-boi.
Somente duas décadas depois ganharia também a sigla MPB e a concepção
que se tem do termo. A MPB surgiu exatamente em um momento de declínio
da bossa nova, gênero renovador na música brasileira surgido na segunda
metade da década de 1950. Influenciado pelo jazz norte-americano, a bossa nova deu novas marcas ao samba tradicional.
Mas na primeira metade da década de 1960, a bossa nova passaria por
transformações e, a partir de uma nova geração de compositores, o
movimento chegaria ao fim já na segunda metade daquela década. A MPB,
vagamente entendida como um estilo musical, iniciou-se em meados dos
anos 1960, com o acrônimo sendo aplicado a tipos de música não-elétricas, que surgiram após o início, origem e evolução da bossa nova.
Inicialmente, o estilo que seria conhecido como MPB era denominado como Música Popular Moderna (MPM), terminologia utilizada pela primeira vez em 1965, para identificar canções que já se diferenciavam da bossa nova, que não eram samba, nem moda ou marchinha,
mas que aproveitavam simultaneamente a suavidade do repertório da bossa
nova, o carisma das tradições regionais e o cosmopolitismo de canções
norte-americanas, que se tornaram conhecidas do público brasileiro por
meio do cinema.
Um dos primeiros exemplos de canção rotulada como MPM foi “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes, que em 1965, interpretada por Elis Regina, venceu o 1º Festival de Música Popular da TV Excelsior. Em 1966, o samba "Pedro Pedreiro", de Chico Buarque, também foi classificado como MPM, pois não era bossa nova, nem jovem guarda e nem música de protesto.
Também em 1966, um conjunto vocal de Niterói, até então conhecido como "Quarteto do CPC" (sigla do Centro Popular de Cultura), adotou o nome "MPB 4". Na virada da década de 1960 para a de 1970, deixou-se de adotar a sigla MPM que foi substituída pela sigla MPB[3].

Os artistas e o público da MPB foram em grande parte ligados aos
estudantes e intelectuais, fazendo com que mais tarde a MPB fosse
conhecida como "a música da universidade."[4][5]
O início da MPB é frequentemente associado à interpretação feita por Elis Regina da canção Arrastão, de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Em 1965, um mês depois de celebrar seu 20 º aniversário, Elis apareceu no nacional transmissão do Festival de Música Popular Brasileira e
cantou a música, que foi lançada como single, e se tornou o single mais
vendido na história da música brasileira naquela época, levando a
cantora ao estrelato. Arrastão foi defendida, em 1965, por Elis no I Festival de Música Popular Brasileira (TV Excelsior, Guarujá-SP). A partir dali, difundiram-se artistas novatos, filhos da bossa nova, como Geraldo Vandré, Taiguara, Edu Lobo e Chico Buarque,
que apareciam com frequência em festivais de música popular.
Bem-sucedidos como artistas, eles tinham pouco ou quase nada de bossa
nova. Vencedoras do II Festival de Música Popular Brasileira, (São Paulo em 1966), Disparada, de Geraldo, e A Banda, de Chico, podem ser consideradas marcos desta ruptura e mutação da Bossa para MPB.

O mais antigo elemento emprestado da bossa nova à MPB é a crítica
velada da injustiça social e da repressão governamental, muitas vezes
baseadas em uma oposição de cunho progressista à cena política caracterizada pela ditadura militar, a concentração da propriedade da terra, e imperialismo. A variação dentro de MPB foi o movimento artístico de curta duração, mas influente, conhecida como Tropicália.

Depois, a MPB passou a abranger outras misturas de ritmos como a do rock, soul, funk e o samba (dando origem aos estilos conhecidos como samba-rock e samba funk), além da música pop, tendo como artistas famosos Gilberto Gil, Jorge Ben Jor, Tim Maia, Chico Buarque e outros e no fim da década de 1990 a mistura da música latina influenciada pelo reggae e o samba, dando origem a um gênero conhecido como samba reggae.
Muitos dos álbuns na lista dos 100 melhores álbuns brasileiros da Rolling Stone Brasil se enquadram na categoria MPB.
MPB – Outras informações
Por Juliana Miranda

A MBP – Música Popular Brasileira, é um estilo musical que teve o
início de sua formação no século XVI, com a mistura de vários ritmos,
tanto das culturas africanas, quanto das culturas europeias. O movimento
musical se intensificou no Brasil nos séculos seguintes, dando origem a
um tipo de música muito próprio do país, com características
resultantes de um processo de miscigenação e da diversidade cultural
existentes no Brasil.
A Música Popular Brasileira evoluiu e ganhou destaque mundial a partir
de 1966, com a bossa nova, uma mistura de rock e samba. A MPB traduz a
identidade cultural do povo brasileiro e leva o nome do país ao mundo
todo.
Entre os grandes nomes da Música Popular Brasileira podemos citar:
Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes, Edu
Lobo, Milton Nascimento, Elis Regina, Gal Costa, Maria Bethânia entre
outros...
Durante o movimento da bossa nova, uma nova geração de compositores foi
lançada para o Brasil com a ajuda da televisão, que na época transmitia
os grandes festivais de música do país.
A moderna Música Popular Brasileira conta com artistas consagrados como
Adriana Calcanhotto, Ana Carolina, Chico César, Dorival Caymmi, Elba
Ramalho, João Bosco, Lenine, Maria Rita, Milton Nascimento, Nando Reis,
Ney Matogrosso, Seu Jorge, Tim Maia, Wilson Simonal, etc...
A música do Brasil foi se moldando e fortalecendo com a mistura de
ritmos musicais como o lundu, a modinha, o choro, o samba, os batuques
da capoeira e outras influências.
nomes Outros importantes na história da MPB são: Ernesto dos
Santos, Ary Barroso, Lamartine Babo, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa,
Carmen Miranda, Mário Reis, Francisco Alves, Luis Gonzaga, Dalva de
Oliveira, Ângela Maria, Caubi Peixoto, Elizeth Cardoso, Tom Jobim e João
Gilberto.
Na década de 1960, os grandes festivais de Música Popular Brasileira
eram organizados pela TV Record. Esse fato impulsionou a criação do
movimento da Jovem Guarda, que consagrou Roberto Carlos, Erasmo Carlos e
Wanderléa.
Na década de 1970 surgiram nomes como Djavan, Fafá de Belém, Clara
Nunes, Belchior, Fagner, Alceu Valença, Raul Seixas, Rita Lee, Tim Maia e
Jorge Ben Jor.
A música popular brasileira passou por vários momentos importantes e
consagrou vozes inesquecíveis para o nosso país. Esse movimento continua
nos dias de hoje, lançando novos talentos, como Maria Rita, Céu,
Lenine, Roberta Sá, entre outros...
Festivais da Música Popular Brasileira

Festival da Música Popular Brasileira foi uma série de programas transmitidos por algumas emissoras de televisão brasileira (TV Excelsior, TV Record, TV Rio, Rede Globo)
entre os anos de 1965 a 1985. Esses festivais consolidaram a música
popular brasileira, além de revelar e consolidar grandes compositores e
interpretes da nossa música (Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, Nara Leão, Edu Lobo, Jair Rodrigues, Tom Jobim, Oswaldo Montenegro, Jessé, Guilherme Arantes entre outros).
Histórico

Nessa época (décadas de 1960 e 1970) o Brasil vivia sob o regime político ditatorial militar,
que por meio de seu autoritarismo e repressão, mantinha o controle em
vários aspectos da vida social brasileira, principalmente na área da
cultura (música, teatro, cinema e literatura). Apesar de toda
vigilância, repressão e perseguição dos agentes do DOPS em
todas as áreas ligadas à cultura, surgiram várias formas de protestos
contra o regime militar. Na música, em especial, surgiram canções de
cunho social e de protestos, que chegaram a uma grande parcela da
população, devido principalmente, à participação desses músicos e
canções, nos grandes festivais realizados pelas emissoras de televisão.
Esses festivais eram realizados principalmente na cidade de São Paulo,
sendo transmitidos a várias regiões do país, atingindo elevada
audiência. Devido a grande participação do público, que torcia de forma
apaixonada por suas canções e intérpretes favoritos, esses festivais –
assim como os compositores e intérpretes que deles participavam –
passaram a ser sistematicamente vigiados pelos agentes DOPS, como
passíveis de subversão contra a moral e o sistema nacional.
I Festival de Música Popular Brasileira

Dentre as 1.290 canções inscritas, 36 foram selecionadas para participar das três eliminatórias, 12 canções por noite.
· Local: Eliminatórias: Guarujá, São Paulo (no auditório da TV Excelsior) e Petrópolis (no Hotel Quitandinha); Final: Rio de Janeiro (no auditório da TV Excelsior)[1];
· Classificação:
1º Lugar: "Arrastão" (Edu Lobo e Vinicius de Moraes) – intérprete: Elis Regina
2º Lugar: "Canção do Amor que Não Vem" (Baden Powell e Vinicius de Moraes) – intérprete: Elizete Cardoso
. Júri: Augusto de Campos, Décio Pignatari, Damiano Cozzella e Amilton Godoy
. Patrocinador: Rhodia.

Festival Nacional de Música Popular Brasileira
· Data: junho 1966
· Classificação:
1º Lugar: "Porta-Estandarte" (Geraldo Vandré e Fernando Lona) – intérpretes: Tuca e Airto Moreira
2º Lugar: "Inaê" (Vera Brasil e Maricene Costa) – intérprete: Nilson.
Festivais na TV Record

Nos Festivais da Record consolidaram dois importantes gêneros musicais brasileiros na década de 1960: as canções de protesto e o tropicalismo.
II Festival de Música Popular Brasileira
· Contou com 2.635 inscrições.
· Emissoras: TV Record
(canal 7, São Paulo); TV Paulista (canal 5, São Paulo) e TV Globo (canal
4, da então Guanabara)
· Local: Teatro Record, cidade de São Paulo
· Data: setembro e outubro 1966
· Prêmio Viola de Ouro
· Classificação:
1º Lugar: Empate: "A Banda" (Chico Buarque) – intérpretes: Chico Buarque e Nara Leão
"Disparada" (Geraldo Vandré e Théo de Barros) – intérpretes: Jair Rodrigues, Trio Maraiá e Trio Novo
2º Lugar: "De Amor ou Paz" (Luís Carlos Paraná e Adauto Santos) – intérprete: Elza Soares
. Melhor Intérprete: Jair Rodrigues - "Disparada".
III Festival de Música Popular Brasileira
"O festival da virada"
· Local: Teatro Paramount, cidade de São Paulo
· Data: outubro 1967
· Prêmio Sabiá de Ouro
· Classificação:
1º Lugar: "Ponteio" (Edu Lobo e Capinam) – intérpretes: Edu Lobo, Marília Medalha, Momento quatro e Quarteto Novo
2º Lugar: "Domingo no Parque" (Gilberto Gil) – intérpretes: Gilberto Gil e Os Mutantes
3º Lugar: "Roda Viva" (Chico Buarque) – intérpretes: Chico Buarque e MPB4
4º Lugar: "Alegria, Alegria" (Caetano Veloso) – intérpretes: Caetano Veloso e Beat Boys
5° Lugar: "Maria, Carnaval e Cinzas" (Luiz Carlos Paraná) – intérpretes: Roberto Carlos
6° Lugar: "Gabriela (Francisco Maranhão) – intérpretes: MPB
. Melhor Intérprete: Elis Regina – "O Cantador" (Dori Caymmi e Nelson Motta)
. Melhor Letra: "A Estrada e o Violeiro" (Sidney Miller) – intérpretes: Sidney Miller e Nara Leão
. Momento Marcante do III Festival de MPB - "Beto Bom de Bola" (Sérgio Ricardo) – intérprete: Sérgio Ricardo (irritado com as vaias, Ricardo quebrou o violão e jogou-o na plateia)
Bienal do Samba
· Local: Teatro Paramount, cidade de São Paulo
· Data: Maio 1968
· Classificação:
2° Lugar: Bom Tempo" (Chico Buarque)
IV Festival de Música Popular Brasileira
· Local: Teatro Record, cidade de São Paulo
· Data: Novembro e Dezembro 1968
· Júri Especial e Júri Popular
· Classificação:
1º Lugar (Júri Popular): "Benvinda" (Chico Buarque) – intérprete: Chico Buarque
2º Lugar (Júri Especial) e 2º Lugar (Júri Popular): "Memórias de Marta Saré" (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri) – intérpretes: Edu Lobo e Marília Medalha
3º Lugar (Júri Especial): "Divino Maravilhoso" (Caetano Veloso e Gilberto Gil) – intérprete: Gal Costa
4º Lugar (Júri Especial): "Dois Mil e Um" (Rita Lee e Tom Zé) – intérprete: Os Mutantes
5º lugar (Júri Popular): "São, São Paulo Meu Amor" (Tom Zé) – intérprete: Tom Zé.
V Festival de Música Popular Brasileira
· Local: Teatro Record, cidade de São Paulo
Data: Novembro 1969
· Classificação
1º Lugar: "Sinal Fechado" (Paulinho da Viola) – intérprete: Paulinho da Viola
2º Lugar: "Clarisse" (Eneida e João Magalhães) – intérprete: Agnaldo Rayol
3º Lugar: "Comunicação" (Edson Alencar e Hélio Gonçalves Matheus) – intérprete: Vanusa
Este foi o último dos Festivais da TV
Record - Canal 7 de São Paulo Período: novembro a dezembro de 1969
Local: Teatro Record - Rua Augusta (ex-Cine Regência), cidade São Paulo -
Troféu: Viola de Ouro Direção Geral: Marco Antônio Rizzo Apresentacão:
Blota Jr. e Sônia Ribeiro
iobs.: Era proibido o uso de guitarras elétricas
Jurados: Maysa, Severino Filho, Gabriel Migliori, Hervê Cordovil, Moraes Sarmento, Aracy de Almeida e Paulo Bomfim como Presidente do Juri desempatou a votação do 1º Lugar dando o prêmio a Paulinho da Viola.
FIC
· Emissora: TV Rio
· Data: outubro 1966
· Classificação:
1º Lugar: "Saveiros" (Dori Caymmi e Nelson Motta) – intérprete: Nana Caymmi
2º Lugar: "O Cavaleiro" (Tuca e Geraldo Vandré) – intérprete: Tuca
3° Lugar: "Dia das Rosas" (Luís Bonfá e Maria Helena Toledo) – intérprete: Maysa
4° Lugar: "Pingos de Chuva" (José Drummond e David Mourão Ferreira) – intérprete: Simone de Oliveira (Portugal).
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