
Romel Anísio Jorge
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Prefeito – 1983 a 1988
Romel Anísio Jorge nasceu em Ituiutaba (MG), no dia 2 de maio de 1946, filho de Anísio Demétrio Jorge e Nadine Derze Jorge.
Empresário e fazendeiro,
filiou-se em 1971 à Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de
apoio ao regime militar instaurado no país em abril de 1964, elegendo-se
vereador em sua cidade natal por dois mandatos consecutivos. Na Câmara
Municipal foi secretário, vice-presidente e presidente, permanecendo na
casa até 1977, quando disputou uma vaga na Assembleia Legislativa de seu
estado, elegendo-se para o quatriênio 1978-1981. Com o fim do
bipartidarismo em novembro de 1979, ingressou no ano seguinte nos
quadros do Partido Democrático Social (PDS), agremiação que aglutinou os
antigos membros da Arena.
Em
1982, elegeu-se prefeito de sua cidade natal e, entre os anos de 1987 e
1988, foi presidente da Associação dos Municípios da Microrregião do
Vale do Paranaíba, que congregava 22 municípios do Triângulo Mineiro. A
obra mais importante que realizou como prefeito foi à implantação do
Projeto Cura, com recursos do Governo Federal. Esse projeto abrigava
obras de infraestrutura, tais como: construção de escolas, postos de
saúde, creches, extensão de redes de água, esgotos, redes de energia
elétrica, pavimentação e canalização.
Referido projeto foi aprovado pelo seu antecessor prefeito Acácio Alves
Cintra Sobrinho. Uma das obras mais importante desse projeto foi à
canalização do Ribeirão Pirapitinga, pelo sistema Manto de Gabião (uso
de manta, pedra e tela), numa extensão de 3.150 metros lineares. Segundo
denúncia da Câmara Municipal de Ituiutaba, através do edil Hairton Dias
esse projeto foi mudado (canalização foi projetada para ser construída
pelo sistema caixote, com estrutura de concreto nas laterais e no leito
do ribeirão), como foi mudado ocasionou a queda da referida obra,
gerando um dos maiores prejuízo administrativo já registrado a uma
cidade em Minas Gerais, mais de 50.000.000,00 de prejuízo. Referida obra
está toda destruída.
Em
1990, trocou novamente de partido, deixando o PDS para ingressar no
Partido da Reconstruç ão Nacional (PRN), agremiação pela qual Fernando
Collor de Melo se elegera presidente da República em dezembro de 1989.
Eleito deputado federal em outubro de 1990 — foi o mais votado do
partido no estado —, tomou posse em fevereiro do ano seguinte. Titular
da Comissão de Viação e Transportes, Desenvolvimento Urbano e Interior
no biênio 1991-1992, participou ainda como titular das comissões
especiais sobre Ajuste Fiscal e Eleição Distrital Mista.
Na sessão de 29 de setembro de 1992, votou a favor do pedido de abertura do processo de impeachment do
presidente Fernando Collor de Melo, acusado de crime de
responsabilidade por ter-se envolvido num amplo esquema de corrupção
comandado por Paulo César Farias, seu tesoureiro durante a campanha
eleitoral. O vice Itamar Franco assumiu interinamente a presidência da
República logo após a Câmara dos Deputados aprovar o afastamento de
Collor. Com o processo ainda em andamento no Senado, e vislumbrando
escassas possibilidades de recuperar o cargo, Collor renunciou ao
mandato em 29 de dezembro, esperando livrar-se de uma pena de oito anos
de inelegibilidade, uma manobra frustrada. Acolhida a renúncia, Itamar
Franco foi efetivado na presidência.
Em 1993, Romel integrou como
titular uma comissão especial sobre a reforma do regimento interno da
Câmara dos Deputados. Ainda nessa legislatura, ajudou a aprovar o
Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), contribuição de
0,25% que incidiu sobre operações bancárias, e o Fundo Social de
Emergência (FSE), emenda que concedeu ao Executivo federal uma margem de
autonomia na alocação de recursos, autorizando-o a aplicar verbas,
inicialmente previstas para os ministérios da Educação e da Saúde, em
outras áreas. Manifestou-se contra o fim do voto obrigatório.
Em 1994 Romel Anísio filiou-se ao
Partido Progressista (PP), e, em outubro desse mesmo ano, disputou a
reeleição para a Câmara, tendo como base eleitoral o Triângulo Mineiro.
Bem-sucedido, foi empossado para seu segundo mandato em fevereiro de
1995. Em agosto, ingressou no Partido Progressista Brasileiro (PPB),
agremiação surgida nessa ocasião, fruto da fusão do PP com o Partido
Progressista Reformador (PPR).
Nesse ano, durante as votações
mais importantes, ajudou a aprovar as diversas emendas constitucionais
enviadas pelo governo federal à Câmara, pronunciando-se a favor da
abolição do monopólio estatal nas telecomunicações e na exploração do
petróleo, do fim do monopólio dos estados na distribuição de gás
canalizado, da abertura da navegação de cabotagem à concorrência
internacional e do fim de todas as diferenciações legais entre empresas
brasileiras e estrangeiras. Foi ainda favorável à prorrogação do FSE,
cujo nome foi modificado para Fundo de Estabilização Fiscal (FEF).
Em julho de 1996, posicionou-se a
favor da criação da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF), criada para dotar o Ministério da Saúde de uma fonte
suplementar de receita.
No ano legislativo de 1997,
declarou-se favorável à emenda constitucional que autorizou a reeleição
do presidente da República, dos governadores e dos prefeitos e à emenda
que extinguiu a estabilidade dos funcionários públicos.
Romel Anísio candidatou-se à
reeleição no pleito de outubro de 1998 na legenda do PPB mineiro, sendo
eleito com 56.499 votos. Em novembro, votou a favor da reforma da
Previdência que fixou um teto salarial para a aposentadoria dos
servidores públicos e estabeleceu idade e tempo de contribuição mínimos
para os trabalhadores do setor privado. Iniciou novo mandato em
fevereiro de 1999. Nessa legislatura, votou a favor da criação da Lei de
Responsabilidade Fiscal e da prorrogação da CPMF até 2004.
Em outubro de 2002 concorreu à reeleição e conseguiu uma suplência. Deixou a Câmara em janeiro de 2003, ao final da legislatura.
Retornou ao exercício do mandato
de deputado federal em 4 de fevereiro de 2003, em virtude do afastamento
do titular. Foi efetivado em 1º de janeiro de 2005 e no ano seguinte
foi vice-líder do Partido Progressista (PP), ex-PPB.
Nessa legislatura presidiu, foi
primeiro-vice-presidente e terceiro-vice-presidente da Comissão de
Agricultura e Política Rural. Presidiu ainda a Comissão de Minas e
Energia e foi titular das comissões de Desenvolvimento Urbano; de
Finanças e Tributação; e de Viação e Transportes, Desenvolvimento Urbano
e Interior. Foi também titular do Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar da Câmara dos Deputados.
No pleito de outubro de 2006, não disputou a reeleição. Deixou a Câmara em janeiro de 2007, ao final da legislatura.
Ainda em 2007, foi nomeado
subsecretário de Assuntos Municipais da Secretaria de Governo na gestão
de Aécio Neves (2003-2010), cargo que ocupou até 2010. Nas eleições do
mesmo ano, concorreu a uma vaga de deputado estadual em Minas Gerais,
tendo alcançado uma suplência. Em Agosto de 2012, com a renúncia de um
de seus pares, foi efetivado.
Casou-se com Márcia Novais Costa Jorge, com quem teve dois filhos, Romel Filho e Talita.
Romel Anisio Jorge deixa o seu
nome na história como sendo um dos mais ilustres filhos de Ituiutaba,
tendo na sua carreira política exercido os mandatos de vereador,
prefeito, deputado federal (04 mandatos) e subsecretário de assuntos
municipais do governo de Minas, mas sendo também considerado, o prefeito
de uma cidade mineira a dar um dos maiores prejuízos administrativo já
registrados na história de Minas Gerais.
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